Nos últimos anos, Trump e o comércio global se tornaram protagonistas das transformações no cenário internacional. Segundo o mais recente Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o tarifaço promovido pelo ex-presidente dos Estados Unidos ainda não alterou significativamente a trajetória dos agregados de exportações e importações. Ainda assim, o tema continua no centro das atenções de governos e empresas.
Segmentos específicos já sentem os efeitos
Por outro lado, Trump e o comércio global parecem já impactar setores mais vulneráveis ou expostos a oscilações. É o caso de alguns segmentos industriais brasileiros, como calçados e têxteis, que vêm registrando aumento nas exportações para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, cresce a entrada de produtos chineses no Brasil, o que sugere mudanças silenciosas, mas relevantes, nos fluxos comerciais.
Trégua EUA-China alivia tensões, mas incertezas permanecem
Além disso, a trégua nas tarifas entre Estados Unidos e China sinaliza uma redução no risco de um cenário catastrófico para o comércio internacional. Ainda que não retorne aos níveis tarifários pré-Trump, o acordo indica um novo patamar de estabilidade — mesmo com custos mais altos. Nesse contexto, Trump e o comércio global seguem exercendo forte influência nas decisões estratégicas de países e empresas ao redor do mundo.
Balança comercial brasileira sente os reflexos
Consequentemente, os efeitos indiretos já são perceptíveis na balança comercial brasileira. O superávit acumulado entre janeiro e abril de 2025 foi de US$ 17,7 bilhões, bem abaixo dos US$ 26,9 bilhões registrados no mesmo período de 2024. A principal razão? Uma forte queda no saldo com a China. Portanto, Trump e o comércio global não afetam apenas EUA e Ásia, mas também os resultados comerciais de países em desenvolvimento como o Brasil.
Regras rompidas e novo equilíbrio global
Por fim, é importante lembrar que a política comercial agressiva de Trump rompeu com princípios básicos de trocas internacionais harmoniosas. Como apontado pelo Icomex, a imposição unilateral de tarifas gerou desequilíbrios difíceis de reverter. Mesmo com a diminuição das incertezas recentes, Trump e o comércio global ainda configuram um cenário de instabilidade estrutural para os próximos anos.
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